quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um amigo, Uma vida

Quando pequeno tinha uma cachorra vira lata chamada Pitaki e uma Pastor Alemão chamada Laika. Na minha vida teve muitas surpresas, quando tinha 1 ano fui morar no bairro que atualmente moro, minha mãe construiu a casa que ela quis. Sabe, do jeito dela. Mas nem sempre ela foi do jeito que hoje é. Começou com cômodos a menos, visual diferente, algumas coisas diferentes. É estranho pensar num cão como apenas um animal que é bonito e interessante ter. Poucos os consideram como da família, sendo assim o certo a se considerar. Pitaki era uma vira lata amarela, feia e estranha. Mas viveu comigo como se fosse da família. Laika era a segurança da casa, aquele bicho enorme e tão meigo. Quando chegávamos da rua as duas vinham correndo em nossa direção, Pitaki como a mais bobona e fraca se jogava nos nossos pés e abria suas pernas ' adorava carinho com o pé ', seus olhos brilhavam com uma força tão grande. Laika não, ela pulava em cima, rs, lambia, empurrava. Eram duas crianças sabe? Elas viveram comigo desde pequeno até eu saber o que era certo e errado. Como infelizmente a vida passa, um dia Laika teve que partir. Deixando muita tristeza em nossos corações principalmente no meu. Era nela que eu me escorava quando estava com medo de alguma coisa. A Pitaki já velha para uma cadela ficou solitária e mais triste. Pra quem antes pulava o portão do canil de mais ou menos 1.60 m com tanta disposição e coragem, só para sujar o quintal. Já não estava nos seus melhores dias. Antes de Laika partir veio uma nova amiguinha chamada Nick. Era uma poodle cinza muito bonitinha também, tinha grandes orelhas.rs. Bom ela que ficou como companheira da velha e corajosa Pitaki. É engraçado como os cachorros sentem o que sentimos, ou pelo menos assimilam. Quando minha mãe vinha me bater ou qualquer outra pessoa e ela via eu nervoso ou triste ou chorando, ela simplesmente atacava. Mas não para machucar, apenas para parar, separar, me tirá de apuros. Confesso que algumas vezes eu usei isso a meu favor.rs
Ela era uma cadela encantadora, cuidava de mim, conversava comigo, me entendia. Algumas vezes no auge da minha carência sentava ao seu lado no quintal e começava a falar tudo aquilo que estava no meu coração ou na minha cabeça me sufocando ou me magoando. Ela olhava pra mim com uma carinha tao compreensiva que eu me sentia mais leve, eu realmente desabafava e me sentia bem depois. Era uma grande amiga, ela sim me conhecia perfeitamente. Sabia meus pontos altos e baixos, cuidava de mim como uma mãe que cuida do seu filhote, brincava comigo como se fosse um amiguinho da rua, conversava comigo como se fosse um pai, olhava pra mim como se fosse minha avó, eu sempre senti falta da minha vó, pois ela se foi quando eu tinha apenas 4 anos, mas isso não vem ao caso. As vezes só sentia a presença dela quando estava com a Pitaki. Mas como minha avó, meu avô, laika e outros pessoas importantes na minha vida, ela também se foi. Com um câncer de Mama. Foi horrível ver aquela cadela que era absolutamente tudo para mim sofrer tanto, não medimos esforços para tentar ajuda-la. Mas não foi possível mudar o destino daquela tão assanhada cachorra. Queria que a Pitaki ainda estivesse aqui cuidando de mim, me tirando de furadas, conversando comigo e me ajudando a superar todas as barreiras que essa vida coloca na minha frente. Ela me faria muito mais feliz e com certeza um homem melhor. Seja la onde você estiver minha linda, eu sempre lembrarei de você e das coisas que você fez por mim. Eu sempre amei você e sempre amarei. Hoje tenho 18 anos, faço faculdade, tenho objetivos na vida. Quero ser alguem. Espero ser motivo de orgulho pra você Pitaki. Amo você.

Um comentário:

  1. Que liindo! *--*
    Nossos cães são a maior e mais segura ponte que temos com nós mesmos!
    E é sempre bom aproveitar o máximo de cada um! =p

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